O Círio Fluvial

No segundo sábado de Outubro, a Romaria Fluvial transforma as águas da Baía do Guajará em 'avenida'. O traslado de embarcações dos mais diferentes modelos e vindas, principalmente, das cidades banhadas pelo rio próximas a Belém, gera uma das imagens mais belas em toda a quadra nazarena. É a Rainha da Amazônia que passeia sobre as águas.

A chamada "Procissão das Águas" foi criada em 1986 e atendeu a um apelo muito próprio da região, onde muitas das ruas são feitas de rio. Trata-se de uma procissão que abraça Belém de uma ponta a outra, já que o trajeto tem início no trapiche de Icoaraci, distrito por onde se chega por água ou estrada, e termina Escadinha do Cais do Porto, ao lado da Estação das Docas, no centro da capital paraense.

O trajeto de 24 quilômetros é o segundo maior entre as 12 romarias que marcam a quadra nazarena. Um percurso que leva entre quatro e cinco horas para ser concluído. A imagem de Nossa Senhora de Nazaré é conduzida pelo Garnier Sampaio, navio da Marinha do Brasil que vai à frente das centenas de embarcações que acompanham o traslado numa imitação ao que acontece em terra nas demais procissões.

Para participar do evento como barqueiro é preciso registrar a embarcação na Capitania dos Portos da Amazônia Oriental. É quando cada condutor recebe orientações específicas sobre como se comportar durante a romaria e, principalmente, evitar manobras ou percursos que possam vir a resultar em acidentes ou comprometer o andamento do traslado. Ano passado, 307 embarcações foram cadastradas.

A chegada da imagem em terra é outro ponto forte da procissão. Milhares de pessoas recepcionam Nossa Senhora num mar que passa de águas a emoção. A benção proferida sobre os fiéis marca o encerramento do trajeto pela Baía do Guajará. Nossa Senhora está pronta para seguir adiante na Motoromaria, procissão que sai pelas ruas do centro da capital até a capela do colégio Gentil Bittencourt.